domingo, 26 de setembro de 2010

1 GOAL

ADESÃO

Como envolver minha instituição, escola ou comunidade no 1GOL?


http://www.marque1gol.org.br/

Participe, precisamos de 30 milhões de assinaturas na petição.

Acesse o site, conheça e assine a petição você também!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

sábado, 1 de maio de 2010

Infinito Amor



Como professores, educadores e amigos, sabemos que podemos fazer muita diferença na vidinha dos jovens pelos quais somos responsáveis por algumas horas. É muito gratificante saber o quanto somos ou fomos importantes em suas vidas. O quanto ajudamos nas suas escolhas pessoais e profissionais. Um adolescente na minha vida é como um filho. Tenho dois filhos lindos, mas também me considero mãe de  muitos jovens que passam pela minha vida, me ensinando infinitas coisas, principalmente como amar mais ainda os seres humanos e entender melhor essa metamorfose louca que passa pelas suas mentes de jovens lindos e cheios de vida que são.

Ser professor pra mim é singular. Por mais obstáculos que tenha na minha profissão, mais agradeço a Deus por essa oportunidade única, pois me sinto muito privilegiada por receber esse presente tão maravilhoso que é o dom de ensinar.

Esses seres lindos entram e saem da minha vida e todos sem exceção deixam suar marcas no meu coração de mãe-professora ou professora-mãe.

Não poderia ter sido diferente com você, meu querido e amado James. Você fez muita diferença na minha vida. Encheu meu coração de alegria e me fez ser a professora-mãe mais amada desse mundo. Adorava te chamar de "meu japonês preferido" e bagunçar os seus lindos cabelinhos pretos. Não poderia ter emoção maior, quando li uma redação sua, em que você comentava o quanto se sentia feliz com o carinho que você sabia que eu tinha por você. Saiba que esse carinho é eterno e que eu, em todos os momentos da minha vida nunca esqueci de você e que principalmente agora que você não está mais entre nós, mentalizo pensamentos de amor e peço sempre aos anjos que te guardam, que te acolham com todo amor que um jovem como você possa merecer.

Tenho certeza que você está num lugar maravilhoso porque você enquanto esteve conosco sempre foi um menino maravilhoso.


quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Complicada Arte De Ver

Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões - é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."

Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".

Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.

William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.

Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.

Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: "Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram".
Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram". Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".

A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.

Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".

Por isso - porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver - eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...

Texto extraído da seção "Sinapse", jornal "Folha de S.Paulo", versão on line, publicado em 26/10/2004.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Guerreiros São Pessoas



Como dizia Gonzaguinha

"Guerreiros são pessoas
Tão fortes, tão frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito..."

Somos guerreiros profissionais professores em luta por melhores condições de trabalho
Somos guerreiros e queremos fazer a diferença
Somos guerreiros SIM
Temos família, filhos, obrigações
Dói muito saber que não somos respeitados
Dói demais saber que somos chamados de "moleques, preguiçosos, vagabundos e burros"
Eu não sou nada disso!
Que mal há em lutar pelos seus direitos? Estou muito decepcionada com tudo que leio e vejo.

"Não vejo diferença nenhuma entre esses “manifestantes” e a mais barata prostituta que se encontra na esquina. A prostituta é mais honesta, até." (Veja.com)

"POIS É TRATA-SE SIM DE UMA QUADRILHA QUE PERDE, A CADA DIA, O RESPEITO DOs ALUNOS, POR ISSO QUE OS PROFESSORES SÃO TRATADOS À TAPAS E BALAS EM MUITAS ESCOLAS.BEM FEITO PRA ELES, POIS FIZERAM POR MERECER A DESCORTESIA DOS ALIENADOS QUE FORMAM" (Veja.com)

Estou com nojo dos políticos, da política e de tudo que gira em torno dela. Estou no meio de uma briga entre partidos políticos. Eu quero trabalhar poxa! Ser respeitada! Ser feliz! Que mal há nisso?

Sou do tempo em que professor era respeitado, não só como profissional mas também como ser humano.

Sempre soube que estaria exercendo uma profissão mal remunerada e com condições precárias de trabalho mas não poderia imaginar que seria tão desrespeitada.

"É triste ver meu homem
Guerreiro menino
Com a barra do seu tempo
Por sobre seus ombros...

Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que tem no peito
Pois ama e ama..."

Pois é Gonzaguinha, sua letra se encaixa perfeitamente aqui

"Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho...

E sem o seu trabalho
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata...

Não dá prá ser feliz
Não dá prá ser feliz..."

Eu tenho muita esperança. DÁ PRA SER FELIZ!








quarta-feira, 17 de março de 2010

Matemática Da Greve


Por Gabriel Perissé em 16/3/2010

Mais uma vez os professores da rede pública do estado mais rico do país, São Paulo, entraram em greve. E uma vez mais a incongruência dos números noticiados mostra como estamos distantes da possibilidade de uma discussão qualificada sobre as questões em pauta.

A greve de 2008 foi assim: na passeata realizada na Avenida Paulista no dia 20 de junho, o Sindicato dos Professores (Apeoesp) afirmou que havia 60 mil pessoas reunidas, ao passo que a Polícia Militar contou apenas 8 mil. Uma semana depois, outra vez os professores em protesto. Para a Apeoesp, de novo 60 mil manifestantes. Para a Polícia, 6 mil grevistas. Dia 13 de junho, quando deflagrada, a greve levara 30 mil pessoas às ruas da capital (versão Apeoesp)... ou cerca de 5 mil professores (versão Polícia Militar).

No dia 12 de março, sexta-feira passada, os docentes saíram da sala de aula e voltaram para a Avenida Paulista. E a dissonância numérica se reproduziu. A Apeoesp dizendo que 75% da categoria aderira à paralisação e que na manifestação daquela sexta-feira havia 40 mil pessoas. A Secretaria da Educação contesta, divulgando que somente 1% dos professores da rede estadual estava parado e que, na Paulista, no máximo 12 mil pessoas estavam ali com suas... inúteis reivindicações. (Sugestão: que as próximas manifestações se realizem num estádio de futebol; quem sabe a mídia consiga saber exatamente quantas pessoas estarão ali presentes.)

O homem que não sabe calcular...

Esta nova greve aproxima-se de um tudo ou nada. É uma greve que expressa antigas e justas insatisfações da categoria, mesmo não sendo todos sindicalizados ou não estando todos dispostos a enfrentar represálias por aderirem à paralisação. Ainda que apenas 1% estivesse em greve, seus motivos são qualitativamente significativos.

Em seu artigo de 09/03 na Folha de S.Paulo, "Uma greve contra os pobres", Gilberto Dimenstein apresenta a greve como revolta egoísta de servidores preguiçosos. Não percebe o que está em jogo. Os professores da rede estadual se cansaram de ser tratados como profissionais de segunda categoria, como os eternos culpados pelos fracassos da escola, para os quais, na verdade, concorrem diversos fatores. Mas o governo Serra não deseja negociar. O modo como a Educação em São Paulo está sendo conduzida rejeita questionamentos. O professor não tem alternativa: ou aceita ou desce.

O secretário da Educação Paulo Renato Souza é economista, mas não sabe calcular. Aplicar na Educação o menos com menos dá mais, multiplica os problemas. Depreciar os professores, grave erro de cálculo.

Dura E Triste Realidade


SONHOS DE UM PALHAÇO
Antonio Marcos
Vejam só
Que história boba eu tenho pra contar
Quem é que vai querer me acreditar
Eu sou palhaço sem querer

Vejam só
Que coisa incrível o meu coração
Todo pintado e nessa solidão
Espera a hora de sonhar
Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos representam bem ou mal
Onde a farsa de um palhaço é natural

Ah, no palco da ilusão
Pintei meu coração
Entreguei o amor, o sonho sem saber
Que o palhaço pinta o rosto pra viver

Vejam só e há quem diga que o palhaço é
Do grande circo apenas o ladrão
Do coração de uma mulher

Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos representam o bem e o mal
Onde a farsa de um palhaço é natural

Ah, no palco da ilusão
Pintei meu coração
Entreguei o amor e o sonho sem saber
Que o palhaço pinta o rosto pra viver

Vejam só
E há quem diga que o palhaço é
Do grande circo apenas o ladrão
Do coração de uma mulher

É assim que me sinto nessa guerra desenfreada entre os políticos e os que lutam por melhores condições de trabalho. Sinceramente, o meu coração chora de saber que somos vistos como insignificantes perante aqueles que colocamos no poder.

Como posso exercer o meu papel de cidadã votando com consciência e tentando com meu exemplo mostrar ao meu filho (que vai votar pela primeira vez) e aos meus alunos, que ainda existe político decente, que votar é importante se nem eu sei mais se acredito ou não? Não sei se ainda resta aquele fio de esperança de que as coisas vão melhorar.
Dura e triste realidade a nossa.



sábado, 21 de novembro de 2009

Caridade e Amor

Qual seria o melhor sentido das palavras caridade e amor? Segundo o Livro dos Espíritos, caridade é benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias, perdão das ofensas.

Esta semana aconteceu um episódio na minha escola que me deixou muito chocada. Tocou o sinal para o intervalo e desci como de costume com minha amiga Joana. Temos o hábito de chegarmos na sala dos professores e irmos ao banheiro para lavarmos as mãos e aproveitamos para colocar as fofocas em dia. Ao lado do banheiro fica a sala da nossa diretora e do lado de fora um banquinho, onde geralmente sentam as pessoas que precisam conversar com ela, geralmente alunos ou pais.

Fiquei assustada quando vi que uma de nossas alunas estava chorando enlouquecidamente e várias amiguinhas ao redor dela. Falei para a Joana e fomos até a menina para saber o que estava acontecendo. Não conseguíamos que a menina falasse alguma coisa. Ela estava completamente descontrolada, arranhando seu rosto, batendo as mãos no peito, olhos fechados e inchados de tanto chorar.

A princípio pensamos que a menina poderia estar sentindo dor ou alguma coisa parecida. Ficamos ao lado dela e perguntamos as coleguinhas se a escola já havia chamado a família e/ou o resgate. A resposta foi que não haviam encontrado ninguém em casa e que a nossa aluna estava daquele jeito há mais ou menos duas horas e nada havia sido feito.

Eu e Joana ficamos desesperadas, não sabíamos o que fazer. Enquanto ela tentava acalmar a menina, o que era quase impossível, eu fiquei feito barata tonta perguntando a um ou a outro se já haviam ligado para alguém vir buscá-la.

O que mais me chocou foi o que ouvi dos meus colegas de trabalho. De um eu ouvi que, a escola não poderia chamar o resgate, pois todas as vezes que eles vinham socorrer alguém na escola, eles davam broncas nos funcionários. Vi também colegas passando como se nada estivesse acontecendo. Como se a menina e nada fossem a mesma coisa. E de uma pessoa muito querida, eu ouvi que não ia chamar resgate algum, pois a menina estava com chilique, era frescura. Que uma hora estava boa e na outra fazendo aquela palhaçada. Também ouvi: "Se o Resgate chegar na escola e não tiver ninguém para acompanhar a menina, você vai? Porque eu não vou!"

O que mais me entristece é que não foi a primeira vez que vi a minha escola demorar tanto tempo pra servir ao próximo.

Se amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem possível, que desejaríamos que nos fosse feito, por que não o fazemos?

Não quero de forma alguma julgar alguém. Eu também sou ser humano cheio de defeitos e erros. Entendo que não é fácil estar na escola. São tantos problemas, tantas responsabilidades, porém não devemos esquecer que somos humanos. Não custa nada ajudarmos. Essa semana foi o dia da nossa aluna, amanhã pode ser o nosso. Pode ser que precisemos das mãos de alguém. Pensemos nisso.

Caridade é amor, em manifestação incessante e crescente.
É o sol de mil faces, brilhando para todos, e o gênio de mil mãos,
amparando, indistintamente, na obra do bem, onde quer que se encontre,
entre justos e injustos, bons e maus, felizes e infelizes,
porque, onde estiver o Espírito do Senhor aí se derrama a claridade constante dela,
a benefício do mundo inteiro.

(Emmanuel / Francisco Cândido (Chico) Xavier)
Livro "Viajor"




sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Só De Sacanagem


"Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta à prova?" Acredito que para todo o sempre, desde o dia que comecei a trabalhar com educação.

Estou extremamente decepcionada por conta de uma situação que vivenciei hoje com meus alunos da 8ª série do Ensino Fundamental. Trabalhamos com um material na escola pública do Estado de São Paulo que se chama "Caderno do Aluno". Todos nós sabemos que o Caderno está muito longe da realidade dos nossos alunos da escola pública.O de inglês, por exemplo,é dificílimo para o público que temos, porém, eu particularmente estou muito contente com a iniciativa do Governo do Estado de São Paulo em nos fornecer material de qualidade. Críticas à parte, sabemos perfeitamente que nem tudo é perfeito. Todos somos passíveis de erros, inclusive os Cadernos lotados de erros de português e/ou outros. Quero deixar bem claro que não estou defendendo político, muito menos partido algum. Simplesmente fico feliz em ter um material que eu possa seguir e que sei que qualquer outro colega da mesma disciplina que eu, está trabalhando os mesmos conteúdos, ou seja, não estamos mais sozinhos, agora somos um grupo. E outra, o que mais importa também é que agora não preciso mais gastar todo o tempo da minha aula esperando aluno copiar atividade da lousa. Pela primeira vez eles questionam, expressam suas opiniões, entendem gêneros textuais e interpretam os textos em inglês sem precisar recorrer ao dicionário e a tradução ao pé da letra.

Bom, corrigi as atividades de hoje com a minha turminha e uma aluna trouxe o seu Caderno para que eu desse o visto. Estávamos na página 7 e ela para fazer bonito, contou que havia terminado até a última página. Achei estranho! Como assim terminar todos os exercícios de conteúdos que eu nem havia explicado? Percebi que ela não era a única e consegui que eles me falassem de onde estavam saindo todas aquelas respostas. Estou falando de uma turma com muita dificuldade. Não estou menosprezando a capacidade dos meus alunos, mas o nosso material é todinho em inglês, até mesmo as vírgulas. E para completar, todas as respostas estavam idênticas as respostas do Caderno do Professor.

Eu sinceramente não soube como reagir àquela situação quando eles me contaram que encontravam as respostas dos cadernos de todas as disciplinas em uma comunidade do orkut. Procuravam o volume do Caderno, página e número da atividade e obtinham as repostas. Quando cheguei eu casa, fui checar o orkut e fiquei chocada com a quantidade de comunidades com respostas dos Cadernos.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, a Educação Básica tem como objetivo garantir as crianças e jovens, acesso aos conhecimentos necessários para a integração na sociedade moderna como cidadãos conscientes, responsáveis e participantes. Como vamos ajudar o nosso país a crescer, se temos pessoas de péssimo caráter e sem ética, fazendo esse tipo de papel com aqueles que queremos ajudar a ser gente?

Fiquei indignada, saí da sala de aula bufando e desabafando com os colegas. Fui apoiada por alguns e por outros já cansados de tanta corrupção, sem esperança alguma, ouvi que aqui no nosso Brasil é tudo assim mesmo. Por que estaria assustada?

Não quero deixar isso somente como um desabafo qualquer e muito menos posso aceitar que as coisas no meu país não funcionam. Eu preciso fazer alguma coisa. E pensei que, nada melhor do que começar com eles, os meus queridos alunos. Dei um tempo nas atividades relacionadas a minha disciplina e resolvi trabalhar ética, o que é ser certo e o que é errado, responsabilidade, deveres, etc. Pode ser que eles não aprendam o verbo to be, mas tenho certeza que conseguirei atingir um grande número de adolescentes em formação a saber distinguir o certo do errado, e isso já me basta.

Pois é, deixo aqui o meu protesto com esse desabafo maravilhoso de Elisa Lucinda. Assim como Elisa, minha esperança é imortal.

SÓ DE SACANAGEM - Elisa Lucinda

Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!






quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Professores do Brasil

Sabemos que muitas são as dificuldades e dores da profissão que escolhemos, portanto é demasiadamente gratificante o que ganhamos em troca, pois não existe dinheiro no mundo que possa pagar: Ver o ser humano crescer como gente.

Em homenagem ao nosso dia, escolhi a música Amanhã do Guilherme Arantes. Quero muito poder acreditar que amanhã o dia será lindo e que tudo possa dar certo.

Parabéns para todos nós!

Amanhã!
Será um lindo dia
Da mais louca alegria
Que se possa imaginar
Amanhã!
Redobrada a força
Prá cima que não cessa
Há de vingar
Amanhã!
Mais nenhum mistério
Acima do ilusório
O astro rei vai brilhar
Amanhã!
A luminosidade
Alheia a qualquer vontade
Há de imperar!
Há de imperar!

Amanhã!
Está toda a esperança
Por menor que pareça
Existe e é prá vicejar
Amanhã!
Apesar de hoje
Será a estrada que surge
Prá se trilhar
Amanhã!
Mesmo que uns não queiram
Será de outros que esperam
Ver o dia raiar
Amanhã!
Ódios aplacados
Temores abrandados
Será pleno!
Será pleno!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Dia Do Professor - Blogagem Coletiva


Clique sobre a imagem para se inteirar acerca dos procedimentos para participar.

domingo, 4 de outubro de 2009

O professor está sempre errado



Recebi essa mensagem da minha querida amiga de infância, professora Drica.

O professor está sempre errado - Jô Soares
O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um 'caxias'.
Precisa faltar, é um 'turista'.
Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, deu 'mole'.
É, o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a
ele!

domingo, 27 de setembro de 2009

Blog Amigo da Educação


Ganhei esse selinho da querida Viviane Patrice do Viver e Educar com Arte http://vivianepatrice.blogspot.com/. Vale a pena conferir. Obrigada Vivi.

Momentos

A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria. Paulo Freire



Betânia e Eu no Halloween do Zilah em 2008

Colegas queridos de trabalho no Zilah em 2008

Com a 8ª série do Luce em 2006

Halloween no Zilah em 2008

Bolinho para os professores no Zilah em 2008

Planet Idiomas em 2006

Com a turma da Infraero em 2009

Skill em 2007

Com minha amiga Fabiana na Escola Peter Pan em Vila Velha - ES em 1996

No EE Zilah em 2007

Luce 2006


EE Elmano Ferreira Veloso em 2006

sábado, 26 de setembro de 2009

Realidade nua e crua

Me deixa extremamente triste saber que somos vistos assim.

Selinhos

Olá pessoal! Esses dois selinhos são presentinhos da minha querida Géssica do Projetos e idéias . Kokadinha rsrs agora que entendi esse lance de selinhos. Obrigada, coração.

Presenteio esses blogs que são nota 10



Regulamento: 1) Indicar 10 blogs que mexem com o seu sentido

http://sabidinhosdaioio.blogspot.com/

http://nossosprojetoseideias.blogspot.com/









2) Diga 5 coisas que mexem com seu sentido neste momento

1- meus filhos
2- meu amor
3- meus queridos alunos
4- meu blog (estou adorando poder colocar tudo que sinto enquanto professora e ser humano aqui)
5- minha cadelinha linda

3) Linkar quem te deu o selo e exibir no blog.

Ganhei o selinho da Géssica do http://nossosprojetoseideias.blogspot.com/


sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Inversão de papéis


O que é a escola? Qual é o seu papel perante a sociedade? Educar. Educar no sentido de preparar os nossos jovens para a vida, seja ela profissional ou social. A escola tem o papel não somente de transmissão de conhecimentos como também desenvolvimento de capacidades cognitivas, afetivas, relacionamento dentro da sociedade, ou seja, a escola participa ativamente na formação da identidade individual de cada um, ampliando conceitos transmitidos pela família. E qual o papel dos pais? Educar. Cabe aos pais proporcionar aos filhos a educação dentro do contexto familiar, transmitindo-lhes conceitos e valores. Infelizmente o que vemos nas escola é uma inversão de papéis. Os pais atribuem aos educadores a educação total dos seus filhos. É muita responsabilidade para um profissional só. Passei por dois momentos que me chocaram esta semana. Um deles foi uma mãe que foi na nossa escola falar sobre a filha. Queixou-se do seu péssimo comportamento em casa, contou todos os problemas que está enfrentando com os filhos, falou dos problemas de depressão do seu marido para poder chegar no que realmente a atormentava: sua filha, nossa aluna, do 2º ano do Ensino Médio. Conclusão: reclamações total acerca da filha. Atitudes e comportamentos que deixam a desejar dentro da sua própria casa. E eu me pergunto: O que nós temos com isso? Já tenho tantos problemas com meu filho caçula que, com apenas 7 anos, também me dá trabalho na escola. Levo o menino todas as semanas na psicopedagoga, passo todas as tardes lendo e fazendo atividades com ele e no meu papel como mãe, bolo mil maneiras de impor-lhe limites. Mesmo assim, me senti na obrigação de tentar ajudar de alguma forma aquela mãe. Lembro das palavras da minha colega de trabalho: "Eu não tenho nada com isso, cada um com seus problemas, coloca a menina pra trabalhar que resolve. Que mãe besta!". Pois é, seria muito fácil pensar assim, é fácil quando ainda não se é mãe. Minha colega não está errada, mas ainda acredito que possamos fazer alguma coisa. Um grande amigo meu, em uma de suas maravilhosas palestras, nos disse: "Devemos prestar mais atenção no que viemos fazer aqui. Professores, políticos, artistas, todos esses profissionais tem o dom da palavra e devemos usá-la para o bem." E assim eu fiz e faço. Elevo os meus pensamentos e peço ajuda para que saia da minha boca palavras que façam a diferença. Está tudo muito misturado nesse mundo! Até eu fico confusa com essa inversão de papéis, mas foi essa a profissão que escolhi, ou melhor, que foi escolhida pra mim, portanto, vamos lá. Força na peruca rsrs e mãos a obra. Ê coisinha difícil!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Rubem Alves


" O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos."


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Carl Rogers


"Os educadores precisam compreender que ajudar as pessoas a se tornarem pessoas é muito mais importante do que ajudá-las a tornarem-se matemáticas, poliglotas ou coisa que o valha."

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Butterflies


Acredito que inúmeras são as dores e dificuldades da nossa profissão, mas a dor maior que eu já senti durante esses quase 20 anos como professora, foi a dor da perda de pessoas queridas. Embora acredite que a morte seja apenas física, mesmo sabendo que estamos aqui de passagem, que a vida terrena não passa de uma escola, e que sempre chega a hora de voltarmos a pátria espiritual, pois aqui não é o nosso verdadeiro lar, eu ainda tenho algumas dificuldades para aceitar a morte. A primeira vez que lidei com a morte na escola, foi há bastante tempo atrás, logo no comecinho da minha carreira. Tarcísio era um menino muito levado, desses que nenhum professor aguenta. Estava na 6ª série, aprontava todas, não sossegava um segundo. Era aquele tipo de menino que nenhum professor esquece, de tão terrível que era. Numa sexta-feria, ele se despediu da gente. No final do período, ele simplesmente encheu os professores de bala e gritava no portão da escola: "Tchau gente! Adoro vocês!." E ele não voltou mais. O pequeno Tarcísio morreu em um acidente de carro. Lembro que eu não soube lidar com aquela notícia. "Como assim? Um aluno meu morto? Uma criança?." Foi uma confusão na escola. Tristeza geral com a ausência do Tarcísio. Tudo na escola me fazia lembrar do menino. A carteira onde ele sentava, os irmãos que ainda estudavam na escola, os amiguinhos, o seu jeito moleque de ser. Eu me perguntava: "O que eu poderia ter feito por ele?" Não tinha mais jeito, ele já havia partido. Bom, passaram-se os anos e estava tudo quase normal, quando de repente... Desta vez foi a linda Lívia. Lívia estudava na mesma sala do Tarcísio, só que agora ela estava na oitava série. Era uma menina doce, educada e marcou demais na minha vida. Me escrevia bilhetinhos, me tirou no amigo secreto e eu a tirei também. Lívia voltava de uma balada com os amiguinhos e seu carro bateu em uma árvore e pegou fogo. Ela não conseguiu se salvar, pois usava o cinto de segurança. Lívia morreu queimada. Eu fiquei questionando sobre a vida, sobre porque estávamos aqui. Como pode um menina tão linda e doce com apenas 14 anos, morrer desse jeito? Toda destruída? Não sei, só sei que pensei sinceramente que não fosse passar por isso novamente, mas aconteceu mais uma vez. Dessa vez, foi um menino doce, mas ao mesmo tempo, sabe aqueles alunos que nem abrem o caderno? Leandro era assim. Não fazia nada. Mas o que me incomodava era que ele andava muito calado, muito triste. Foi o ano inteiro assim e aquilo me intrigava demais. Todas as semanas quando eu ia para a sala dele, gostava de chegar perto dele e perguntar se estava bem, se queria conversar, o que o entristecia. Ele nada dizia, só a tristeza tomava conta do seu semblante. Até que, uma semana antes das aulas terminarem, em Dezembro de 2008, eu vi Leandro feliz como nunca o vira antes. Não esqueço o seu sorriso largo vindo até mim só para contar que estava namorando. Ele havia pedido em namoro uma fofinha da outra 8ª série. Veio me mostrar a aliança na mão e disse que havia feito o pedido para o pai da Carol. Lembro que eu disse pra ele: "Ahhhhhhhhhhh!!!! Que lindo!!!!!!!!!!!!! Cuida dela direitinho e namora direitinho porque ela é uma fofa, tá?" Ele só sabia sorrir. É a última lembrança que eu tenho dele. Algumas semanas mais tarde, estávamos na reunião de balanço de final de ano, quando veio a notícia da morte do Leandro. Eu não acreditei! Como pode? Ele passou o ano inteiro triste e agora que estava feliz ele se foi? A vida é mesmo um mistério. Ainda penso muito nele e sempre em minhas orações tenho o Leandro em minha mente, não só ele, mas também sua irmã Maria, uma fofa de menina. Resolvi postar esta mensagem em homenagem aos meus queridos que estarão pra sempre no meu coração. Não quero acreditar que eles se foram, mas prefiro pensar que eles somente saíram do casulo. São como as borboletas.

Que esse trecho da música "Someone saved my life tonight" de Elton John, seja uma homenagem as minhas queridas butterflies.

"You're a butterfly,
And butterflies are free to fly,
Fly away, high away bye bye."