terça-feira, 25 de agosto de 2009

Life's for sharing!

Oi Vi! Vai aí a minha primeira contribuição no blog...eu amei esse video e acho que vc vai gostar também!!!! Beijosss


Embora, seja um comercial para vender celular, são 13500 pessoas na Trafalgar Square, em Londres, cantando "Hey Jude".

Enquanto, professores somos sim muito sonhadores, e mesmo cansados e muitas vezes desmotivados, nunca devemos perder a esperança e acreditar que o mundo pode sim ser um lugar melhor para se viver!!!

sábado, 22 de agosto de 2009

Tia Cristina





Lembro como se fosse hoje. Ela, tão linda, parecia a Cristina Mullins da primeira versão da novela Paraíso. Chegava com sua bolsa de palha toda enfeitada e dentro podíamos ver todos os seus diários muito bem cuidados e encapados. Poderia falar de inúmeros e maravilhosos professores que tive durante toda a minha vida. Todos tem seu lugar cativo no meu coração, mas sinto uma grande necessidade de falar da minha querida e amada e saudosa "Tia Cristina". A minha maior felicidade foi poder ter Tia Cristina não somente como professora mas também uma grande amiga. Estava com 9 ou 10 anos de idade quando tive a honra de tê-la como minha professora pela primeira vez. Tia Cristina tinha todas as qualidades que procuramos encontrar em um professor. Primeiro que ela era linda rs Tinha uma luz que irradiava os nossos corações. Segundo, que ela tinha letra de professora rs Durante anos eu tentei imitar a letra da Tia Cristina. E terceiro que, embora ela fosse professora e sempre tivesse que manter a ordem na sala de aula, ela era extremamente carinhosa conosco. Com Tia Cristina aprendi como usar s, ss, z, x ... Enfim, foi com ela que aprendi as regras da Língua Portuguesa. A minha felicidade foi tão grande naquele ano de 1900 e bolinhas que resolvi, no final do ano, fazer um cartãozinho de Natal para a Tia. Lembro que desenhei um sino num pedaço de cartolina e coloquei muitas purpurinas e escrevi. "Tia Cristina. Que a paz de Jesus esteja sempre com você. Um beijo da sua aluninha que te ama. Viviane" Passei um ano sem ter aulas com ela e quando fui para a quinta série, qual foi minha surpresa quando descobri que ela seria nossa professora novamente, e durante mais quatro anos tive a eterna Tia Cristina ao meu lado. Anos mais tarde e estava no segundo ano do Ensino Médio e não tinha mais aulas com Tia Cristina, mas ela, organizando como sempre as festas da Rainha da Primavera da escola, me convidou para desfilar, e o mais engraçado é que durante anos, ela sempre ensaiava as meninas do mesmo jeitinho... só foi a Viviane entrar desfilando com seu jeito meninote que Tia Cristina decidiu mudar e pediu para as meninas: façam como a Viviane rsrsrs No ano seguinte em 1997 eu e mais 9 colegas fomos convidadas por Tia Cristina, para que no dia do desfile da Rainha da Primavera, fizéssemos um desfile de moda, a fim de incrementar a festa que já era tão esperada no Colégio Almirante Barroso, na cidade de São Pedro D'Aldeia, no Rio de Janeiro, lá onde eu cresci, onde o Judas perdeu as botas, ou, onde o vento faz a curva rsrs O noivo de Tia Cristina trouxe uma modelo do Rio para nos ensinar a desfilar, íamos de loja em loja na cidade de Cabo Frio provando roupas e acessórios e vivíamos na casa da Tia Cristina nos fins de semana. Tia Cristina morava em uma casa de fazenda, onde ainda tinha alguns cavalos, porquinhos, etc. Lembro que ela me chamou no cantinho e me levou até o seu quarto. Andamos naquele corredor comprido de tábua corrida e eu lembro ainda do barulho que meus sapatos faziam e Tia Cristina disse baixinho:"- Engraçado, que você ainda me chama de Tia, não é Viviane?" E eu disse: "- Pois é, só assim que consigo te chamar". E ela pegou um bauzinho e perguntou se eu lembrava do cartão que eu havia feito pra ela quando tinha 10 anos de idade e disse que ainda o tinha e estava guardadinho. Aquilo me emocionou demais! Naquele época eu tinha 17 ou 18 anos, não me lembro muito bem, mas já era uma moça. Os anos se passaram e eu nunca deixei de lembrar da minha Tia querida! Há 3 ou 2 anos atrás, eu comecei a pensar forte nela e resolvi perguntar para uma amiga de infância se sabia da Tia Cristina, e ela me disse que ela estava nos seus últimos dias com cancêr no hospital. Dois dias após a nossa conversa, a Tia Cristina faleceu. Resolvi falar hoje da Tia Cristina porque, na noite passada eu sonhei com ela. É comum eu sonhar com pessoas desencarnadas, mesmo quando não são da minha família. Tia Cristina, estava linda como sempre foi. Estava em uma sala de aula pequena mas muito, muito simples. Ela sentava na cadeira do professor e eu sentava na primeira carteira na sua frente. Só estavámos eu e ela, e ela dizia: "-Estou muito, muito feliz porque você seguiu a mesma carreira que eu. É uma professora!" e eu dizia: "- Desejo muito poder ser para meus alunos o que você foi e ainda é para mim". E eu acordei. Não entendi o porque do sonho no momento que eu acordei. Passei o dia inteiro pensando, e agora as 2 e 30 da manhã de domingo eu resolvi contar um pouquinho dessa passagem na minha vida e mesmo sabendo ser impossível mudar o mundo, acredito que possa ser em um futuro próximo, exemplo para os meus alunos.

"... Não precisava não acenar. Muita felicidade é um rio que vai. O rio que vai, o rio que vai me levar, não passa na sua cidade. O paraíso, o paraíso começa, é só começar um sorriso..."


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Paraqueda

Sempre fui uma aluna muito dedicada durante toda a minha infância e adolescência. Cresci numa época em que o país era governado por militares e para completar meu pai também era militar. A escola que eu estudava era dentro de uma vila militar e quase todos os meus professores, se não eram militares, eram filhos ou irmãos ou qualquer outra coisa de militar. Eu sinceramente não sabia como era o mundo fora da Marinha. Em 1985, estava eu no auge da minha adolescência e tudo no país mudava. Eu não entendia nada. Pra mim era super "normal" ter aulas de Educação Moral e Cívica, hasteamento da Bandeira todas as manhãs na escola, decorar todos os hinos, inclusive o Cisne Branco da Marinha rs. Bom, eu cresci assim e não morri por causa disso. Estudei a vida inteira em escola particular e com muita disciplina. E não foi diferente quando eu comecei a lecionar. A escola particular era um ambiente que eu já conhecia. A única diferença era que agora, por volta de 1990, tínhamos liberdade para mudarmos muitas coisas no ensino. O ensino modificara, o aluno agora poderia abrir a boca, falar, dar sua própria opinião, construir, aprender a aprender. E eu aprendi a ser professora junto com essa mudança na educação, ou seja, eu "nasci" construtivista. Foram horas e horas de estudos nas escolas. Eu era somente a tia de inglês, mas sentava com as minhas colegas e estudavamos horas a fio... Eu achava um barato não precisar seguir o modelo de vários professores de inglês que tive na escola, não tenho nada contra eles, aliás os considero muito, pois através deles pude decidir o tipo de teacher que eu não gostaria de ser. Não queria ensinar o verbo be só por ensinar e sem nenhuma função. Gostaria que eles soubessem em que situações usá-lo, que o praticassem e não somente passassem as frases de afirmativas para interrogativas e negativas. Que coisa mais chata! E me fiz teacher assim. As aulas eram cheias de graça... Eram papéis pra tudo quanto é lado, eram alunos andando pra lá e pra cá fazendo perguntinhas para os colegas, era uma loucura muito maravilhosa ver aquelas crianças todas falando inglês pra lá e pra cá. Eu me sentia realizada. E durante muitos anos eu estive assim, entre escolas particulares e cursos de idiomas, inventando moda. Até que na faculdade, algumas amigas comentavam sobre o concurso para lecionar em escolas públicas e me perguntaram se eu não ia fazê-lo. E eu, como sempre, com respostas na ponta da língua, disse: NEM PENSAR! Mas elas encheram a minha paciência e falavam que era uma segurança bla bla bla bla bla bla bla bla e eu resolvi fazer minha inscrição. Fiz a prova por fazer e passei rs. A primeira vez que tinha estado em uma escola pública foi para fazer estágio. "Nossa!!!" "Que coisa horrorosa!" "Eu nunca que vou dar aulas numa escola dessas!" - Eu pensei. Mas, como diz o velho ditado: "Não cospe pra cima porque cai na testa". Dois anos depois, estava eu de paraquedas na escola pública. No primeiro dia do planejamento fui recebida com muito carinho e fiz grandes amizades por lá. Mas já naquele primeiro momento eu ouvia: "Olha, aqui é diferente", "Ah! É só saber lidar com eles", "Ih! Não tenta fazer o que costuma fazer não porque aqui não dá certo"... Seguimos o nosso planejamento e preparei uma atividade super, hiper, mega, blaster legal. E eu achando que ia modificar o mundo rsrsrs. E no primeiro dia de aula, lá estava eu com uma turma de 6ª série com mais ou menos 45 alunos. Uma loucura! E eu ainda tentei fazer o que eu havia planejado, mas infelizmente não deu certo. Eles não estavam acostumados a esse tipo de aula. Eles só queriam mesmo era copiar. E minha experiência durante todo o ano letivo nessa escola não foi diferente. Cada dia eu tinha uma surpresa diferente. Foram muitos apagadores jogados pela janela, pedacinhos de papel nos meus cabelos, guerras de maçã na lousa. Tudo, tudo, tudo dava errado. Confesso que por muitas vezes tive ódio daquelas crianças. Pedia perdão a mim mesma por todas as vezes que não conseguia sentir amor por elas. Percebi que não era mais professora naquela escola. Era qualquer outra coisa, ou qualquer caca de coisa, menos professora. Comecei a observar aqueles alunos. Eles eram sujos, mal vestidos. No frio usavam sandálias e não tinham agasalhos. Eles eram muito pobres. E eu que achava que a pobreza existia somente nas novelas da televisão... Eu estava ali frente a frente com ela. Aquelas crianças eram revoltadas. Algo acontecia com eles e eu não sabia o que era. Comecei a observá-las com mais detalhes e questioná-las mais sobre suas vidas. Muitos delas tinham pai ou mãe presos, irmãos mortos, doentes, etc etc. A partir desse momento eu agradecia a Deus por tudo que eu tinha, por tudo que eu era, pelo estudo que tive oportunidade de ter, pela minha vida. Foi um ano muito difícil. Eu não vou esquecer nunca aqueles rostinhos tristes, aqueles corpinhos sujos, aqueles olhinhos carentes. Eu não aguentei e pedi remoção daquela escola, mas ainda tenho amigos por lá e os admiro muito porque perseveram. Eu tive um ano de muito aprendizado, mais pessoal do que profissional. Só no final do ano que consigo enxergar os propósitos de tudo que acontece na minha vida. O ano de 2006 foi realmente um ano muito difícil mas também o ano do nascimento de uma nova professora. As dores da nossa profissão são muito grandes, porém são com elas que aprendemos a ser um pouquinho melhor.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A Escola - Paulo Freire

"Escola é...


o lugar onde se faz amigos

não se trata só de prédios, salas, quadros,

programas, horários, conceitos...

Escola é, sobretudo, gente,

gente que
trabalha, que estuda,

que se alegra, se conhece, se estima.

O diretor é gente,

O coordenador é gente, o professor é gente,

o aluno é gente,

cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor

na medida em que cada um

se comporte como colega, amigo, irmão.

Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.

Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir

que não tem amizade a ninguém

nada de ser como o tijolo que forma a parede,

indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,

é também criar laços de amizade,

é criar ambiente de camaradagem,

é conviver, é se ‘amarrar nela’!

Ora , é lógico...

numa escola assim vai ser fácil

estudar, trabalhar, crescer,

fazer amigos, educar-se,


ser feliz."


Ao Mestre Com Carinho


Those school girl days
of telling tales
and biting nails are gone
But in my mind
I know they will still live on and on
But how do you thank someone
who has taken you from crayons to perfume
It isn't easy, but I'll try

If you wanted the sky I'd write across the sky in letters
that would soar a thousand feet high
To Sir, with love

The time has come
for closing books
and long last looks must end
And as I leave
I know that I am leaving my best friend
A friend who taught me right from wrong
and weak from strong
that's a lot to learn
What, what can I give you in return?

If you wanted the moon I'd try to make a start
but I would rather you let me give my heart
To Sir, with love

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Quando a profissão te escolhe

E já se passaram quase 20 anos... E eu que sempre dizia: estudar magistério? Nem enlouquecendo. Ser professora? Sala de aula? Alunos? Tá louca?
E aqui estou eu, contando minha experiência com a profissão que me escolheu.
É natural que quando terminamos o Ensino Médio, temos mais ou menos nas nossas cabecinhas a idéia do que queremos fazer das nossas vidas profissionais, ou não. Eu não sabia o que eu queria, a única coisa que eu tinha certeza que eu não queria pra mim era ser professora. Morava numa cidade pequena, interior do Rio de Janeiro e todas as minhas amigas fizeram o curso de Magistério e ao mesmo tempo o Segundo Grau ou Ensino Médio. Eu não, eu era diferente, será? A única faculdade na época ficava em Cabo Frio e só oferecia os cursos de Licenciatura, e fazer um curso desses era a morte pra mim. Sonhava em ser Psicóloga... Enquanto minhas amigas faziam faculdade, eu resolvi estudar Inglês, privilégio para poucos naquela época. Desde o primeiro dia de aula, eu me vi no lugar da Teacher. Era como se a língua inglesa fosse como o sangue que corre nas minhas veias. Inexplicável como eu me sentia. Mas eu pensava: "Ah! Ser TEACHER é legal, é diferente de ser professora rsrsrsrs...
Voltamos para nossa terra no final do ano e eu comecei a pensar: "O que eu vou fazer da minha vida" "Ah! Vou procurar um emprego... tenhos três cursos de datilografia, um curso de secretária e um de arquivo feitos no SENAC. Vou ser secretária." E assim foi, trabalhei em um consultório médico, em um empresa de construção civil, mas estar entre papéis, máquina de escrever e telefone não me satisfazia. Foi quando um grande amigo me fez o convite para dar aulas de inglês em uma escola, visto que eu me destacava como aluna no curso que eu fazia. E eu lembro como se fosse hoje... A primeira aula foi uma loucura, aquelas crianças todas, era troca da aula de artes, me sujaram todinha de tinta. Fiquei P....... Mas elas me transmitiam algo que em nenhum outro lugar eu conseguia sentir enquanto trabalhava. Elas me abraçavam, beijavam, me enchiam de bilhetinhos, sem contar aqueles olhinhos lindos, puros de criança. A profissão PROFESSORA havia me escolhido. Engraçado que nunca imaginei na minha vida que pudesse ter esta profissão, mas eu sou professora com muito orgulho e estar com as "crianças" é simplesmente um presente maravilhoso para a qual eu fui a escolhida.
Parece loucura! Professor ganha mal! Poderia fazer tantas coisas com o meu inglês! Mas com certeza, loucura seria se eu não estivesse com eles, as minhas "criancinhas"... mesmo não estando mais com os pequeninos de 3, 4 ou 6 aninhos... Os meu queridos são adolescentes e adultos, os quais eu procuro orientar, trocar idéias, dividir o que eu sei e ainda aprender o que eu não sei. Não é fácil ser professor, acredito que eu seja um pouco mãe, psicóloga, irmã, amiga, a chaaata rs Hoje quase 20 anos depois, eu posso dizer com certeza e batendo a mão no peito: EU SOU PROFESSORA. rsrs