domingo, 26 de setembro de 2010

1 GOAL

ADESÃO

Como envolver minha instituição, escola ou comunidade no 1GOL?


http://www.marque1gol.org.br/

Participe, precisamos de 30 milhões de assinaturas na petição.

Acesse o site, conheça e assine a petição você também!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

sábado, 1 de maio de 2010

Infinito Amor



Como professores, educadores e amigos, sabemos que podemos fazer muita diferença na vidinha dos jovens pelos quais somos responsáveis por algumas horas. É muito gratificante saber o quanto somos ou fomos importantes em suas vidas. O quanto ajudamos nas suas escolhas pessoais e profissionais. Um adolescente na minha vida é como um filho. Tenho dois filhos lindos, mas também me considero mãe de  muitos jovens que passam pela minha vida, me ensinando infinitas coisas, principalmente como amar mais ainda os seres humanos e entender melhor essa metamorfose louca que passa pelas suas mentes de jovens lindos e cheios de vida que são.

Ser professor pra mim é singular. Por mais obstáculos que tenha na minha profissão, mais agradeço a Deus por essa oportunidade única, pois me sinto muito privilegiada por receber esse presente tão maravilhoso que é o dom de ensinar.

Esses seres lindos entram e saem da minha vida e todos sem exceção deixam suar marcas no meu coração de mãe-professora ou professora-mãe.

Não poderia ter sido diferente com você, meu querido e amado James. Você fez muita diferença na minha vida. Encheu meu coração de alegria e me fez ser a professora-mãe mais amada desse mundo. Adorava te chamar de "meu japonês preferido" e bagunçar os seus lindos cabelinhos pretos. Não poderia ter emoção maior, quando li uma redação sua, em que você comentava o quanto se sentia feliz com o carinho que você sabia que eu tinha por você. Saiba que esse carinho é eterno e que eu, em todos os momentos da minha vida nunca esqueci de você e que principalmente agora que você não está mais entre nós, mentalizo pensamentos de amor e peço sempre aos anjos que te guardam, que te acolham com todo amor que um jovem como você possa merecer.

Tenho certeza que você está num lugar maravilhoso porque você enquanto esteve conosco sempre foi um menino maravilhoso.


quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Complicada Arte De Ver

Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões - é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."

Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".

Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.

William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.

Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.

Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: "Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram".
Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram". Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".

A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.

Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".

Por isso - porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver - eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...

Texto extraído da seção "Sinapse", jornal "Folha de S.Paulo", versão on line, publicado em 26/10/2004.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Guerreiros São Pessoas



Como dizia Gonzaguinha

"Guerreiros são pessoas
Tão fortes, tão frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito..."

Somos guerreiros profissionais professores em luta por melhores condições de trabalho
Somos guerreiros e queremos fazer a diferença
Somos guerreiros SIM
Temos família, filhos, obrigações
Dói muito saber que não somos respeitados
Dói demais saber que somos chamados de "moleques, preguiçosos, vagabundos e burros"
Eu não sou nada disso!
Que mal há em lutar pelos seus direitos? Estou muito decepcionada com tudo que leio e vejo.

"Não vejo diferença nenhuma entre esses “manifestantes” e a mais barata prostituta que se encontra na esquina. A prostituta é mais honesta, até." (Veja.com)

"POIS É TRATA-SE SIM DE UMA QUADRILHA QUE PERDE, A CADA DIA, O RESPEITO DOs ALUNOS, POR ISSO QUE OS PROFESSORES SÃO TRATADOS À TAPAS E BALAS EM MUITAS ESCOLAS.BEM FEITO PRA ELES, POIS FIZERAM POR MERECER A DESCORTESIA DOS ALIENADOS QUE FORMAM" (Veja.com)

Estou com nojo dos políticos, da política e de tudo que gira em torno dela. Estou no meio de uma briga entre partidos políticos. Eu quero trabalhar poxa! Ser respeitada! Ser feliz! Que mal há nisso?

Sou do tempo em que professor era respeitado, não só como profissional mas também como ser humano.

Sempre soube que estaria exercendo uma profissão mal remunerada e com condições precárias de trabalho mas não poderia imaginar que seria tão desrespeitada.

"É triste ver meu homem
Guerreiro menino
Com a barra do seu tempo
Por sobre seus ombros...

Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que tem no peito
Pois ama e ama..."

Pois é Gonzaguinha, sua letra se encaixa perfeitamente aqui

"Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho...

E sem o seu trabalho
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata...

Não dá prá ser feliz
Não dá prá ser feliz..."

Eu tenho muita esperança. DÁ PRA SER FELIZ!








quarta-feira, 17 de março de 2010

Matemática Da Greve


Por Gabriel Perissé em 16/3/2010

Mais uma vez os professores da rede pública do estado mais rico do país, São Paulo, entraram em greve. E uma vez mais a incongruência dos números noticiados mostra como estamos distantes da possibilidade de uma discussão qualificada sobre as questões em pauta.

A greve de 2008 foi assim: na passeata realizada na Avenida Paulista no dia 20 de junho, o Sindicato dos Professores (Apeoesp) afirmou que havia 60 mil pessoas reunidas, ao passo que a Polícia Militar contou apenas 8 mil. Uma semana depois, outra vez os professores em protesto. Para a Apeoesp, de novo 60 mil manifestantes. Para a Polícia, 6 mil grevistas. Dia 13 de junho, quando deflagrada, a greve levara 30 mil pessoas às ruas da capital (versão Apeoesp)... ou cerca de 5 mil professores (versão Polícia Militar).

No dia 12 de março, sexta-feira passada, os docentes saíram da sala de aula e voltaram para a Avenida Paulista. E a dissonância numérica se reproduziu. A Apeoesp dizendo que 75% da categoria aderira à paralisação e que na manifestação daquela sexta-feira havia 40 mil pessoas. A Secretaria da Educação contesta, divulgando que somente 1% dos professores da rede estadual estava parado e que, na Paulista, no máximo 12 mil pessoas estavam ali com suas... inúteis reivindicações. (Sugestão: que as próximas manifestações se realizem num estádio de futebol; quem sabe a mídia consiga saber exatamente quantas pessoas estarão ali presentes.)

O homem que não sabe calcular...

Esta nova greve aproxima-se de um tudo ou nada. É uma greve que expressa antigas e justas insatisfações da categoria, mesmo não sendo todos sindicalizados ou não estando todos dispostos a enfrentar represálias por aderirem à paralisação. Ainda que apenas 1% estivesse em greve, seus motivos são qualitativamente significativos.

Em seu artigo de 09/03 na Folha de S.Paulo, "Uma greve contra os pobres", Gilberto Dimenstein apresenta a greve como revolta egoísta de servidores preguiçosos. Não percebe o que está em jogo. Os professores da rede estadual se cansaram de ser tratados como profissionais de segunda categoria, como os eternos culpados pelos fracassos da escola, para os quais, na verdade, concorrem diversos fatores. Mas o governo Serra não deseja negociar. O modo como a Educação em São Paulo está sendo conduzida rejeita questionamentos. O professor não tem alternativa: ou aceita ou desce.

O secretário da Educação Paulo Renato Souza é economista, mas não sabe calcular. Aplicar na Educação o menos com menos dá mais, multiplica os problemas. Depreciar os professores, grave erro de cálculo.

Dura E Triste Realidade


SONHOS DE UM PALHAÇO
Antonio Marcos
Vejam só
Que história boba eu tenho pra contar
Quem é que vai querer me acreditar
Eu sou palhaço sem querer

Vejam só
Que coisa incrível o meu coração
Todo pintado e nessa solidão
Espera a hora de sonhar
Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos representam bem ou mal
Onde a farsa de um palhaço é natural

Ah, no palco da ilusão
Pintei meu coração
Entreguei o amor, o sonho sem saber
Que o palhaço pinta o rosto pra viver

Vejam só e há quem diga que o palhaço é
Do grande circo apenas o ladrão
Do coração de uma mulher

Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos representam o bem e o mal
Onde a farsa de um palhaço é natural

Ah, no palco da ilusão
Pintei meu coração
Entreguei o amor e o sonho sem saber
Que o palhaço pinta o rosto pra viver

Vejam só
E há quem diga que o palhaço é
Do grande circo apenas o ladrão
Do coração de uma mulher

É assim que me sinto nessa guerra desenfreada entre os políticos e os que lutam por melhores condições de trabalho. Sinceramente, o meu coração chora de saber que somos vistos como insignificantes perante aqueles que colocamos no poder.

Como posso exercer o meu papel de cidadã votando com consciência e tentando com meu exemplo mostrar ao meu filho (que vai votar pela primeira vez) e aos meus alunos, que ainda existe político decente, que votar é importante se nem eu sei mais se acredito ou não? Não sei se ainda resta aquele fio de esperança de que as coisas vão melhorar.
Dura e triste realidade a nossa.