segunda-feira, 22 de março de 2010

Guerreiros São Pessoas



Como dizia Gonzaguinha

"Guerreiros são pessoas
Tão fortes, tão frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito..."

Somos guerreiros profissionais professores em luta por melhores condições de trabalho
Somos guerreiros e queremos fazer a diferença
Somos guerreiros SIM
Temos família, filhos, obrigações
Dói muito saber que não somos respeitados
Dói demais saber que somos chamados de "moleques, preguiçosos, vagabundos e burros"
Eu não sou nada disso!
Que mal há em lutar pelos seus direitos? Estou muito decepcionada com tudo que leio e vejo.

"Não vejo diferença nenhuma entre esses “manifestantes” e a mais barata prostituta que se encontra na esquina. A prostituta é mais honesta, até." (Veja.com)

"POIS É TRATA-SE SIM DE UMA QUADRILHA QUE PERDE, A CADA DIA, O RESPEITO DOs ALUNOS, POR ISSO QUE OS PROFESSORES SÃO TRATADOS À TAPAS E BALAS EM MUITAS ESCOLAS.BEM FEITO PRA ELES, POIS FIZERAM POR MERECER A DESCORTESIA DOS ALIENADOS QUE FORMAM" (Veja.com)

Estou com nojo dos políticos, da política e de tudo que gira em torno dela. Estou no meio de uma briga entre partidos políticos. Eu quero trabalhar poxa! Ser respeitada! Ser feliz! Que mal há nisso?

Sou do tempo em que professor era respeitado, não só como profissional mas também como ser humano.

Sempre soube que estaria exercendo uma profissão mal remunerada e com condições precárias de trabalho mas não poderia imaginar que seria tão desrespeitada.

"É triste ver meu homem
Guerreiro menino
Com a barra do seu tempo
Por sobre seus ombros...

Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que tem no peito
Pois ama e ama..."

Pois é Gonzaguinha, sua letra se encaixa perfeitamente aqui

"Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho...

E sem o seu trabalho
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata...

Não dá prá ser feliz
Não dá prá ser feliz..."

Eu tenho muita esperança. DÁ PRA SER FELIZ!








quarta-feira, 17 de março de 2010

Matemática Da Greve


Por Gabriel Perissé em 16/3/2010

Mais uma vez os professores da rede pública do estado mais rico do país, São Paulo, entraram em greve. E uma vez mais a incongruência dos números noticiados mostra como estamos distantes da possibilidade de uma discussão qualificada sobre as questões em pauta.

A greve de 2008 foi assim: na passeata realizada na Avenida Paulista no dia 20 de junho, o Sindicato dos Professores (Apeoesp) afirmou que havia 60 mil pessoas reunidas, ao passo que a Polícia Militar contou apenas 8 mil. Uma semana depois, outra vez os professores em protesto. Para a Apeoesp, de novo 60 mil manifestantes. Para a Polícia, 6 mil grevistas. Dia 13 de junho, quando deflagrada, a greve levara 30 mil pessoas às ruas da capital (versão Apeoesp)... ou cerca de 5 mil professores (versão Polícia Militar).

No dia 12 de março, sexta-feira passada, os docentes saíram da sala de aula e voltaram para a Avenida Paulista. E a dissonância numérica se reproduziu. A Apeoesp dizendo que 75% da categoria aderira à paralisação e que na manifestação daquela sexta-feira havia 40 mil pessoas. A Secretaria da Educação contesta, divulgando que somente 1% dos professores da rede estadual estava parado e que, na Paulista, no máximo 12 mil pessoas estavam ali com suas... inúteis reivindicações. (Sugestão: que as próximas manifestações se realizem num estádio de futebol; quem sabe a mídia consiga saber exatamente quantas pessoas estarão ali presentes.)

O homem que não sabe calcular...

Esta nova greve aproxima-se de um tudo ou nada. É uma greve que expressa antigas e justas insatisfações da categoria, mesmo não sendo todos sindicalizados ou não estando todos dispostos a enfrentar represálias por aderirem à paralisação. Ainda que apenas 1% estivesse em greve, seus motivos são qualitativamente significativos.

Em seu artigo de 09/03 na Folha de S.Paulo, "Uma greve contra os pobres", Gilberto Dimenstein apresenta a greve como revolta egoísta de servidores preguiçosos. Não percebe o que está em jogo. Os professores da rede estadual se cansaram de ser tratados como profissionais de segunda categoria, como os eternos culpados pelos fracassos da escola, para os quais, na verdade, concorrem diversos fatores. Mas o governo Serra não deseja negociar. O modo como a Educação em São Paulo está sendo conduzida rejeita questionamentos. O professor não tem alternativa: ou aceita ou desce.

O secretário da Educação Paulo Renato Souza é economista, mas não sabe calcular. Aplicar na Educação o menos com menos dá mais, multiplica os problemas. Depreciar os professores, grave erro de cálculo.

Dura E Triste Realidade


SONHOS DE UM PALHAÇO
Antonio Marcos
Vejam só
Que história boba eu tenho pra contar
Quem é que vai querer me acreditar
Eu sou palhaço sem querer

Vejam só
Que coisa incrível o meu coração
Todo pintado e nessa solidão
Espera a hora de sonhar
Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos representam bem ou mal
Onde a farsa de um palhaço é natural

Ah, no palco da ilusão
Pintei meu coração
Entreguei o amor, o sonho sem saber
Que o palhaço pinta o rosto pra viver

Vejam só e há quem diga que o palhaço é
Do grande circo apenas o ladrão
Do coração de uma mulher

Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos representam o bem e o mal
Onde a farsa de um palhaço é natural

Ah, no palco da ilusão
Pintei meu coração
Entreguei o amor e o sonho sem saber
Que o palhaço pinta o rosto pra viver

Vejam só
E há quem diga que o palhaço é
Do grande circo apenas o ladrão
Do coração de uma mulher

É assim que me sinto nessa guerra desenfreada entre os políticos e os que lutam por melhores condições de trabalho. Sinceramente, o meu coração chora de saber que somos vistos como insignificantes perante aqueles que colocamos no poder.

Como posso exercer o meu papel de cidadã votando com consciência e tentando com meu exemplo mostrar ao meu filho (que vai votar pela primeira vez) e aos meus alunos, que ainda existe político decente, que votar é importante se nem eu sei mais se acredito ou não? Não sei se ainda resta aquele fio de esperança de que as coisas vão melhorar.
Dura e triste realidade a nossa.