quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Assim é o meu País

Vivemos em um país simplesmente maravilhoso. Não temos vulcões, furacões, guerras. Podemos ouvir de pessoas do mundo inteiro do quanto somos amigos e hospitaleiros. Vivemos no melhor país do mundo e para completar: Deus também é brasileiro! São vários fatores ao nosso favor, mas e como anda a educação? Ah! A educação? Por que deveríamos nos preocupar com isso? Se dermos comida para encher a barriga do povo já está bom, não acham? Estudar pra que? Pra aprender a pensar? Não, o nosso povo não pode aprender a pensar. Imagina se todos pensassem! Infelizmente é assim que somos vistos por muitos dos grandes que nos governam. Só depois de certo tempo que percebi que esse povo que não pensa é a maioria em nosso país. E nós professores? O que estamos fazendo se "somos" aqueles que abrimos a mente do povo e o ajudamos a crescer? É tão difícil exercer esse papel. São tantas tentativas para tentar mudar o pensamento dos nossos alunos e são tantas também as nossas frustrações. Ao mesmo tempo que me emociono com a profissão que escolhi, principalmente quando vejo aquelas crianças se transformando em adultos críticos e que sabem o que querem, fico também arrasada quando percebo ainda na sala de aula, que não consegui em uma turma inteirinha, atingir o objetivo. Não é fácil ser professor na escola pública. Falamos que nossos alunos são todos iguais, não importa de que classe social, e isso é verdade, afinal de contas, todos são adolescentes em fase de transição. Família? Não importa se a criança é rica ou pobre, todos, sem exceções tem problemas. A única diferença que eu sinto, por ter vivido esses dois extremos, é que infelizmente, os nossos alunos, quase em sua totalidade, ainda não sabem o que vieram fazer na escola. E é nesse momento, que em nossos momentos de desabafo, falamos uns para os outros: Fulano não tem jeito mesmo, não tem futuro, pobre coitado! Você já conheceu os pais de fulaninho? O filho é igual! O que podemos esperar dele? Ah! Aquela sala é insuportável, não consigo trabalhar! Essa fala não é só minha, são desabafos meus e de meus colegas. E agora? De quem é a culpa? Da própria criança, que não quer saber de nada? Dos pais, que não dão apoio para o filho? Ou a culpa é mesmo do professor, que não tem domínio de sala e por causa disso não consegue ensinar? Acredito que nenhum de nós somos culpados e sim vítimas. Falamos de boca cheia que o nosso país é o melhor país do mundo, mas diante de tantas dores com a nossa profissão, o que devemos dizer? Ah! Já sei: SOMOS BRASILEIROS E NÃO DESISTIMOS NUNCA!

Um comentário:

  1. Oi, Vivi...
    Tenho acompanhado o teu blog e, quando possivel, aproveito pra ler algumas postagens mais antigas que não tinha lido. Nesta que comento agora aproveito para dizer o quanto de injustiças presenciamos no dia-a-dia e de como nos tornamos pessoas impotentes diante desses descasos que menciona. Não cabe achar um culpado mas sim sentir-se culpado. Os que alcançamos a dádiva suprema de nos comunicar pela boa fala, boa escrita, conhecemos as leis, votamos conscientes, demos carta branca aos milhares de magistrados, políticos e doutores que dão anuência ao descaso, ao roubo, ao desmando ou à omissão descarada quando de se fala de ensinar e preparar cidadãos para um tempo melhor. Hoje a carta é branca porque milhares ou mesmo milhões de brasileiros mal sabe escrever ou ler um livro, um jornal, um boletim escolar de um filho. Se assinam em branco com um x... que dirá ler e assinar um manifesto de repúdio ao descaso e à humilhação que tanto professores e alunos sofrem por tais atos injustos. Por outro lado, Vivi, fico feliz por ter visto em você uma bandeira que se ergue e amadurece cada dia mais, mostrando a força de quem a empunha. Parabéns pelo seu manifesto.. que tb é meu.

    ResponderExcluir